10.3.11

Gilvandro Torres um poeta amazônico


o apanhador de açai
retira seu fruto com a peconha
em seus pés descalço
desbulhando cada cacho
no meio da mata de várzea
o caboclo prepara o porronca
para espantar os mosquitos
um dose de aguardente para esquentar
o dia tão duro,o sorriso constatando
uma boa safra,manejo bem planejado
enbarca na canoa,retirando água com a cuia
terçado rabo de galo afiado
vai para sua casa,vender para os atravessadores
por um preço abaixo da média
troca por rancho
oléo disel para a lamparina
pilha para o radio velho
embalando em sua rede
amanhã é outro dia
Em Belém na feira do açaí
os apreciadores do vinho
degustadores do ouro ribeirinho
embarcam na kombi
rumo aos pontos das bandeiras vermelhas
no bairro do Jurunas
na avenida Benardes Sayão
o litro do vinho de açaí
vendido tão caro,que os pobres esqueçem
do seu gosto tão paraense.

autor:Gilvandro Torres

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