14.8.16

VIVA A CABANAGEM!

Quando falamos em populações indígenas temos que considerar que elas não são identificadas entre si. As populações que sobrevivem ao avanço da “ nova sociedade”, imposta pelos europeus, que alem de se associarem ao novo cotidiano ainda foram escravizados, índios de diversas etnias e angolanos que vieram forçados em navios negreiros para serem escravizados nessa imensa nação, alguns membros maçônicos lutaram incansavelmente em defesa da liberdade dos escravos: Paes de Andrade, João Campbell, Raimundo Leal Castelo Branco, Bertoldo Nunes, Cônego Andrade Pinheiro Perdigão. Nesse cenário surge uma revolta popular da classe oprimida que vivia a beira dos rios, igarapés, índios e escravos fugidos, este movimento mobilizou o povo e se tornou a revolução da cabanagem. Usando o elemento surpresa como táticas de guerrilha com a utilização de canoas e flechas, com a morte do Padre Batista Campos, mentor intelectual do movimento, após inúmeras reuniões no sitio Murutucu dos irmãos Vinagre destaca-se Eduardo Angelim. A tomada do arsenal e a morte do governador na escadaria do palácio do governo a bandeira vermelha tingida por muruxi tremula no alto. A revolução popular toma o poder e escolhe Felix Antonio Malcher para Governador Cabano, traio os seus companheiros e foi deposto, afinal era fazendeiro no Acará e não tinha interesse em abolir os escravos o mesmo tratava seus companheiros com soberba e de forma arbitraria. O povo revoltado começa nova rebelião interna, e Malcher refugia-se no baro onde foi deposto e morto com um tiro na cabeça após Malcher insultar um companheiro de “negro imundo”. A falta de experiência dos cabanos foi a causa da derrota, sendo indicado para ser o 2º Governador Cabano Francisco Vinagre entregou o governo aos Imperialistas, que culminou numa reação popular. Os Imperialista nomeados pela Regência fez uma política anti cabana. O Muitos companheiros cabanos presos foram enforcados, mortos e presos, os cabanos se refugiaram nos interiores e nas matas, nas cabeceiras dos igarapés e centros, a ordem Imperial era matar todos que viviam a beira do rio, sendo que Vigia e Cametá se torna um ponto de resistência cabana, inclusive Gurupá, onde muitos companheiros Cabanos se esconderam nas matas da várzea da ilha grande de Gurupá. A bandeira vermelha tremulava nos ideias de liberdade, os cabanos se refugiaram nas cabeceiras dos igarapés as famosas terras pretas, experiência do convívio com os índios. Após a morte de Antonio Vinagre em combate, Eduardo Angelim assume o comando cabano atacando o governo Imperialista e ergue-se o 3º Governo Cabano, sem plano de governo acaba caindo novamente. Este motivo os cabanos novamente se refugiaram após o bloqueio econômico e supostos arrastões e saques nos comércios e casas de barões foram necessários para manter o exercito do povo, viveram por muito tempo escondidos e isolados, após a prisão de Eduardo Angelim em estado cadavérico o sonho termina, sendo enviado ao exílio por longos anos até retornar ao Pará e morrer olhando o horizonte na espera de ressurgir a revolução cabana outra vez o que não aconteceu. Sendo a única revolução popular que tomou o poder e por falta de experiência política foram derrotados.

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