26.2.14

Aos 18 anos de idade no ano de 1998 em uma viagem de mais de 24 horas de Belém para Gurupá, de barco, deitado na rede, passando pelas belezas da ilha do Marajó, em Breves e seus rios e estreitos, movimentados de barcos de diferentes calados, vilas e povoados, casas cobertas de palha à beira do rio. Uma beleza de estrema grandeza da mata de várzea. às margens do rio amazonas, suas águas amareladas é tão volumosa repleta de canais e palafitas, é uma viagem cansativa pelo fato de você passar muito tempo no barco mais é uma beleza a cada instante em cada cena que podemos ver as belezas interioranas. Recordações de Gurupá, meu exílio voluntário quando tinha dezoito anos de idade eu conheci naquele povo a beleza exótica de uma cultura unindo o passado com o presente, minha origem onde jamais neguei e às vezes fico com os olhos cheios de lágrimas, toda vez que me lembro desse tempo que passei lá, toda vez que vejo o mar vem em minha lembrança às embarcações, casas de madeiras sobre palafitas, paisagens naturais e relembro com emoção tudo que vivi logo eu que sempre fui urbano e de repente me vi na zona rural, cercado por uma beleza incomensurável, com pessoas e estilos de vida completamente diferente do meu, foi um tempo de aprendizagem. Nas minhas viagens a Gurupá, tenho encontrado no meu povo que é simples e humilde, qualidades que são as maiores riquezas de minha origem cabocla, na ilha grande de Gurupá no rio Mararú convivi com pessoas especiais que valorizam a família e o trabalho. Sempre que visito meus amigos, renovo sempre minhas forças para continuar lutando por dias melhores. A arte da vida consiste em fazer da vida uma obra de arte. A alegria não está nas coisas; está em nós ser simples e ser incrível, sou feito de silêncio. Não e todo mundo que consegue compreendê-las. Sou feito para quem sabe sentir pra quem consegue me decifrar. Os ribeirinhos de Gurupá têm um significado especial, poeticamente mergulho nestas águas do rio Mararú, revela-me em cada poesia um pedaço de mim. A beleza da região tem cada imagem que vira poesia de harmonia entre o povo e sua majestosa natureza. O barco cruza o rio tão vagaroso e sem pressa que as águas cortam sua frente, nessas. Águas barrentas do rio amazonas,eu busquei uma reflexão entre um desenvolvimento sem agressão aquele meio ambiente em que vivíamos,é um grande desafio começar a pensar e cuidar de tudo aquilo que é essencial ao povo, plantar, manejar e ter consciência que temos que preservar uma imensidão de verde, matas fechadas e rios, uma divisão com os contrastes de serrarias clandestinas, desmatamento, queimadas e latifundiários improdutivos, isso ofende a biodiversidade, causa impacto ao mundo todo, essa é a consciência que devemos colocar as futuras gerações que a floresta em pé dá mais lucro que derrubada. No rio Mararú percebi que os rios e igarapés são as estradas naturais da floresta é de enorme importância na vida dos ribeirinhos, dos rios as pessoas tiram seu sustento e junto aos rios encontram-se as terras férteis da várzea e nas cheias é inundada. Isso fazia parte da vida dos ribeirinhos e além de fertilizar a terra, possibilita a retirada de madeira em lugares de difícil acesso, no meio da mata, estava remando em uma canoa no igarapé admirado com tamanha exuberância da floresta baixa e diversificada e me deparei com santuários intactos da natureza e sobre a sombra da grande árvore rainha da várzea ‘Samauma’’. Aos poucos aquela consciência de preservar tudo aquilo estava sendo projetado mentalmente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário