25.1.16

Podemos observar que a politica das fortificações constitui-o expressivo capitulo no processo da dominação lusitana no Brasil. Era uma grande preocupação de defender o patrimônio ultramarino. A historia de Gurupá foi marcada em seu relevo por uma intensa disputa desde os holandeses com a fortificação levantada com auxílios dos índios locais e com o plano de estabelecer uma empresa mercantil nas terras exploradas até o rio Xingu entre os fortes Nassau, Maturu e Mariocay, este último seria um deposito das mercadorias exploradas pelo rio Xingu. A presença estrangeira foi dizimada pelas forças portuguesas em batalhas e conquista do forte, reconstruindo e expulsando a presença dos holandeses na região. Gurupá era sentinela avançada na região, à conquista lusitana foi essencial para expandir o domínio da coroa portuguesa na região até então desconhecida. Podemos citar o ano de 1929 quando Gurupá serviu de abastecimento das forças de Pedro Teixeira para tomada do forte do Torrego, também a artilharia pesada contra o navio do Capitão Roger North, do forte de Gurupá foi bombardeado reagindo à altura, fazendo que o inimigo se afasta-se do povoado. Encerrando gloriosamente com a ultima tentativa de invasão dos holandeses sendo um batalha que afundaram o patachão de vinte peças de artilharia enviado pela Companhia Holandesa das Índias Ocidentais. O forte ficou sem reparos e desarmado por muitos anos... O povoado foi crescendo, em 1920 a vila era apenas um forte desativado, casas com cobertas de palha e sem manutenção, uma guarnição de meia dúzia de soldados, igreja, convento e enfermaria, construído com recursos da Coroa Portuguesa. Em 1828 segundo relatos do historiador Hercules Florence a vila era composta por duas ruas de casas simples, a vila se desenvolvia com a arrecadação do posto sendo uma vila pacata até os anos da cabanagem, embora os cabanos tivessem um ideal, os que se esconderam na ilha grande de Gurupá atacavam com estratégia de guerrilha e durantes os anos de 1835/1839 foi dominado por grupos cabanos que não representavam os ideais principais do movimento. O forte não podia utilizar as peças de artilharia pela situação de imprestabilidade que ofereciam. Foi no segundo reinado que Gurupá foi elevado pela lei n° 1.209 de 11 de novembro de 1885 a categoria de cidade, a lei n° 286 de 18 de setembro de 1856 caracterizava como vila. Em 1885 tinha duas ruas, duas travessas, duas praças com 93 casas e 800 pessoas. Já cidade recebeu a visita do Presidente da época Washington Luiz, que ergueu na praça de guerra um marco com datas dos feitos ali travados. Desde os holandeses, portugueses e exploradores, escravocratas, comerciantes, judeus, pesquisadores, missionários, cabanos e Ribeirinhos. Precisamos valorizar nossa cultura e divulga-la com o sentimento único de orgulho gurupaense. Podemos dizer hoje que Gurupá evoluiu e desenvolveu bastante, uma cidade muito boa de viver e um povo hospitaleiro e otimista.

22.1.16

O apanhador de açaí O apanhador de açaí retira seu fruto com a peconha em seus pés descalço, debulhando cada cacho no meio da mata de várzea, o caboclo prepara o porronca para espantar os mosquitos, uma dose de aguardente para esquentar, o dia tão duro, o sorriso constatando uma boa safra, manejo bem planejado embarca na canoa, retirando água com a cuia terçado rabo de galo afiado, vai para sua casa, vender para os atravessadores por um preço abaixo da média troca por rancho, óleo diesel para a lamparina pilha para o radio velho, embalando em sua rede amanhã é outro dia. Em Gurupá os apreciadores do vinho degusta sabores do ouro ribeirinho, as embarcações chegam de madrugada na hidroviária municipal e desembarcam vários paneiros cheio de caroço de açaí, rumo aos pontos das bandeiras vermelhas na zona urbana, o seu gosto tão Gurupaense. AUTOR:GILVANDRO

Olhar amazônico Tão livre, como o vento. Tão natural Quanto o tempo Que passa e nunca para. No trapiche municipal de Gurupá. Rios que se transformam em rua. Um vaivém de embarcações. Cada imagem vira poesia no cotidiano de Gurupá. As pessoas chegando bem cedinho, Os barcos cruzando a rio mar Tão vagaroso, sem pressa. Que as águas vão cortando sua frente, Nem fazem maresias Neste imenso rio de sonhos. Olhando da hidroviária seus personagens urbanos. AUTOR: GILVANDRO

NAS MINHAS PESQUISAS SILENCIOSAS EM BUSCA DA HISTORIA DE GURUPÁ, NÃO CONTADAS PELOS LIVROS, BUSQUEI NA MINHA ORIGEM A SIMPLICIDADE E HUMILDADE PARA TRANSFORMAR EM POESIA TANTA BELEZA QUE VI DESDE 1998 E ME APAIXONEI POR ESSA TERRA TÃO QUERIDA E CHEIA DE ENCANTO: ORGULHO DE SER GURUPAENSE!

18.1.16

Não deixe a mágoa ou o rancor transformarem seu coração, você tem poder sobre o que sente. Escolha sentimentos que te fazem bem, escolha ser feliz!

UM LIÇÃO DE VIDA BASEADA NA VIDA REAL DO COMPANHEIRO ZÉ NOGUEIRA EM GURUPÁ

Crônica da vida “Um tempo onde os patrões dominavam a vida econômica e politica da região de Gurupá, onde o sistema econômico era o aviamento na base do escambo, e o sistema politico era o coronelismo, onde o posseiro era obrigado a votar no candidato do dono da terra onde o posseiro trabalhava.” A família trabalhando na roça, o pai cansado, a mãe fazendo comida e as crianças brincando a beira do rio ( cenário). O pai da família foi convidado para roçar na casa do patrão dono das terras e do comercio, embarca na canoa se despedindo da família, com um terçado rabo de galo e uma pedra para amolar coloca na canoa, arruma no porão da canoa uma panela contendo seu almoço, tira com uma cuia a água da canoa e embarcando com o remo de pracuuba segue seu destino. Com um porronca acesso, remando a algum tempo, as paisagens do rio Moju são lindas, o verde das palmeiras do açaizeiro fazem a diferença, o barulho da mata batiza o momento único entre o ser humano e a natureza. Rio é longo cheio de estirões e correnteza leva com a força nos braços do pai de família ao remar com seu remo feito de pracuuba. Chega ao porto da casa grande, o patrão já está no comercio atendendo os fregueses, aviando os posseiros com preços impagáveis. O pai de família amarra sua canoa, no trapiche, subindo com seu material de trabalho, olha a casa do patrão Lima era feita de madeira de lei e telhas de barro, pintada a óleo. Passa pelo patrão que olhar com desconfiança, um olhar de dono da situação, o comercio lotado de mercadorias, onde os posseiros se atolavam em dividas. Fala cordialmente com os amigos que já estão no local para roçar a área em torno da casa do patrão, o pai de família pega seu terçado rabo de galo e sua pedra para amolar, prepara o instrumento e começa a trabalhar. Era sol de meio dia, os rostos dos trabalhadores suando, um olhar sem esperança mais ativo ao horizonte, o barulho do mato grande não dá tempo de se esquivar era a serpente que encontraria seu calcanhar, a dor era insuportável era o sangue que sai de sua perna e se misturava na terra, era os companheiros que acudiram, mais não da tempo..... Os olhos do pai de família se fecham a dor do luto de seus familiares e o patrão intacto não reconhece. OS ANOS SE PASSAM......... “ A casa de madeira coberta de palha, ponte de tala de açaizeiro, a terra emprestada onde roçava, tirava madeira e pescava no rio, o cenário não mudaria era a continuação do opressor contra o oprimido, uma época de medo e sem consciência politica, onde o povo vivia na escuridão intelectual dos seus direitos, onde o grito era calado com a força dos patrões.” Era o dia de abastecer a dispensa, era o dia de ir à casa do patrão, preparam-se a família para remar horas pelo estirão de rio, as crianças com um olhar de temer afinal era o patrão.. A chefe da família viúva coloca o remo na canoa, era 13hs o sol estavam beirando os 32 graus, o rio Moju estava agitado se preparando para um temporal. Remando há quase duas horas chega-se a casa do patrão, fazia muito tempo que seu esposo tinha falecido naquele local, as crianças desembarcam com certo medo, pois as dividas da família estavam atrasadas, as crianças ficaram atrás da mãe enquanto ela esperava o patrão jogar baralho no pátio de sua residência, com os amigos. Depois de horas esperando, ele resolve atende-la com certa arrogância e indiferença social, gesticulando e com um tom ameaçador, ao mesmo tempo em que atende a viúva despachando sua nota de mercadorias pelo meio. As crianças com medo do tom do patrão estavam assustadas, entre elas um menino de quase oito anos, com uma roupa bem usado estava descalço e de cabelos grande, um olhar no horizonte observa com temor toda aquela situação. A família da viúva embarca na canoa com as mercadorias, e retornam para sua casa, afinal levavam a farinha, querosene e demais mantimentos que davam para se manter até pagar a divida no sistema de escambo, o olhar da mãe ficou marcado na vida deste menino......chamado Zé. “ os anos se passam este menino chamado Zé, estuda e passa a viver a efervescência do movimento social da época, a luta pela terra e conscientização de seus direitos e deveres baseado na constituição universal dos direitos humanos, retorna a sua terra natal e passa a atuar diretamente na fundação partidária e nas conquista dos trabalhadores rurais.” Um tempo de lutas sociais em Gurupá. As conquistas são feitas a parti do momento em que o povo conhece seus direitos, a luta pela terra baseada no estatuto da terra provocou a tomada do sindicato dos pelegos. O povo estava se organizando em comunidades eclesiais de base, preparando e formando lideranças, a união de pensamentos contra a exploração do trabalhador foi a ideia de fundar um partido politico para tomar o poder dos patrões, seria o ponto de partida para revolucionar a época. Reuniões intensas foram debatidas, candidaturas forma definidas entre encontros em 1982 com Alfredo da Costa, sendo derrotados pela elite econômica da época, mesmo assim não desistiram da luta e elegeram dois companheiros para o legislativo municipal sendo os únicos do PT no estado do Pará seria Raimundo Nogueira e Benedito Gomes da Gama. Em 1986 a grande força sindical com a tomada do sindicato dos trabalhadores rurais, em 1988 foram as urnas para o pleito municipal elegendo a bancada histórica do PT. Em 1992 o candidato da situação era da família Lima, tradicional latifundiários da região, tendo como opositor e candidato de origem rural Moacir Alho pelo PT, com a conscientização feita com trabalho de base o PT elegeu um trabalhador rural para Chefe do Executivo Municipal de Gurupá. LEMBRANÇAS DO ESTIRÃO DO RIO “ Ao entrar na Sede do Poder Municipal, aquele menino Zé tinha crescido e fazia parte do governo municipal, sentou-se na cadeira da Chefia de Gabinete do prefeito e ali usaria sua razão e emoção para fazer de uma reflexão uma lição de vida.” Aquele mesmo patrão que um dia humilhou sua família retornaria ao cenário atual da vida daquele menino que se tornou Chefe de Gabinete teria que atende-lo. Olhou de sua sala e toda aquela situação de opressão retornaria em seu pensamento, em vez de usar o sentimento de raiva, usou a cordialidade e atendeu aquele que um dia foi seu opressor.