30.9.15

NOME DAS ESCOLAS DO MUNICÍPIO DE GURUPÁ

Em Ef Nunes Silva Emef Boa Esperança Emef Bom Jesus Emef Clemente Bahia Dos Santos Emef Divino Do Livramento Emef Ensino Fundamental Diogo Martins Emef Jardel Filho Emef Nossa Senhora Da Conceição Emef Nossa Senhora Das Gracas Emef Nossa Senhora Das Gracas Emef Nossa Senhora Das Gracas Emef Nossa Senhora Das Gracas Emef Nossa Senhora De Nazaré Emef Nossa Senhora De Nazaré Emef Nossa Senhora Do Livramento Emef Padre Juilio Luppi Emef Professor Clodoves De Oliveira Pantoja Emef Professor Jose Amil De Almeida Alho Emef Santo Antonio Emef Sao Camillus De Lelis Emef Vitoriano Jorge Albuquerque Calado Emef Ze Amil Emefi Cantinho Do Meu Saber Emef sao Sebastião Emeif Professor Doutor Licurgo Peixoto De Brito Escola Comunitária Casa Família Rural De Gurupá a EEEM Marcilio Dias EMEF Airton Senna EMEF Alfredo Maranhoto EMEF Almirante Barroso EMEF Anjo Da Guarda EMEF Antonio Vilhena EMEF Aruas EMEF Batista Campos EMEF Bom Futuro EMEF Bom Jesus EMEF Bom Jardim EMEF Castro Alves EMEF Chico Mendes EMEF Dom Luiz EMEF Dom Manoel EMEF Duque De De Caxias EMEF Escola Municipal De Ensino Fundamental Bartolomeu Bueno EMEF Escola Municipal De Ensino Fundamental Campos Sales EMEF Escola Municipal De Ensino Fundamental Jose Lourenco EMEF Estacio De Sa EMEF Evangelica Quadrangular EMEF Francisco Lima EMEF Gomes Netto EMEF Henrique Barreto EMEF Ivoneide EMEF Joao Rosa EMEF Jose Maria Alves EMEF Manoel Januario Nunes EMEF Manoel Lourenco Dos Reis EMEF Maria Gomes EMEF Maria Neuza Monteiro Da Gama EMEF Mariocay EMEF Nossa Senhora Da Conceição EMEF Nossa Senhora Das Gracas EMEF Nossa Senhora Do Perpetuo Socorro EMEF Nova Esperanca EMEF Nova Esperanca EMEF Osvaldo Cruz EMEF Quilombolas Cloves Almeida Dos Santos EMEF Quintino Tomas De Souza EMEF Raimundo Pinto EMEF Raimundo Ribeiro Dias EMEF Santa Lucia EMEF Santa Luzia EMEF Santa Luzia EMEF Santa Maria EMEF Santa Maria EMEF Santa Maria EMEF Santa Maria EMEF Santa Rosa EMEF Santino Torres EMEF Santissima Trindade EMEF Santo Antonio EMEF Santos Dumont EMEF Sao Benedito EMEF Sao Benedito EMEF Sao Benedito EMEF Sao Benedito EMEF Sao Francisco EMEF Sao Francisco I EMEF Sao Francisco Iima EMEF Sao Joao EMEF Sao Joao EMEF Sao Jose EMEF Sao Jose EMEF Sao Jose EMEF Sao Jose EMEF Sao Jose EMEF Sao Jose EMEF Sao Judas EMEF Sao Pedro EMEF Sao Pedro EMEF Sao Raimundo EMEF Sao Raimundo EMEF Tiradentes EMEF Tiradentes EMEF Viriato Pinheiro EMEF Vista Alegre EMEF Vista Alegre EMEI Creche Casulo EMEI Criança Feliz

SOBRE O PROCESSO DE CRIAÇÃO DA ARQUIMIG DE GURUPÁ, CONTRIBUIÇÃO DO AMIGO PEDRO TAPURU

Em 21 de setembro de 1999 o Sindicato dos Trabalhadores Rurais apresentou o pedido de reconhecimento de domínio das comunidades quilombolas tendo como base legal o art. 68 do ADCT em nome das comunidades Gurupá Mirim, Maria Ribeira, Jocojó, Flexinha, Carrazedo, Camutá do Ipixuna, Bacá do Ipixuna, Alto Ipixuna e Alto Pucurui. No final do requerimento, assinado pelo presidente e pelo Diretor de Política Agrícola e Agrária do STR, e pelos representantes de todas as comunidades, se evidencia que: “informamos que as comunidades estão em processo de criação de uma Associação dos Remanescentes de Quilombos que irá administrar o título” . O processo foi acompanhado pelo mapa de localização da área (já neste documento se pode visualizar a exclusão da área ocupada por Foad, Fl. 465). Em 07.12.99 a ARQMG enviou cópia da certidão cartorial de seu registro, Estatuto, CNPJ, Ata de Fundação, cópia dos documentos pessoais do presidente e secretária da Associação, coordenadas geográficas dos limites da área pretendida (fls. 474-492). No pedido de juntada destes documentos a Associação pede: “Solicitamos que o supracitado processo, a partir deste momento seja formalizado em nome de nossa Associação“ (fl. 474). Em 20.12.99 foi elaborado o memorial descritivo com uma área de 85.428,2213 ha (Fls. 495-496). Em 20 de dezembro de 1999 o Diretor do Departamento Jurídico analisou detidamente o processo exarando seu parecer (fls. 497-501). Nele comprova a legitimidade de quem apresentou o pedido (o STR e os representantes das comunidades), comprovou o auto-reconhecimento considerando que o requerimento fazia explicita menção ao fato de serem comunidades remanescentes de quilombo e a referência ao Art. 68 do ADCT. Destaca também: “Devemos registrar, ainda, que como às fls. 13 dos autos (hoje 474), existe o requerimento da Associação da Comunidade Remanescente de Quilombo de Gurupá, para que o processo seja autuado em seu nome, esta pessoa jurídica reafirma a condição de comunidades remanescente de quilombo das comunidades interessadas (fl. 499)”. Mais adiante escreve: “Percebemos que o pedido foi formulado por quem de direito, devidamente comprovada a sua legitimidade representativa, e juntando nos autos a declaração de auto-reconhecimento da comunidade como remanescentes de quilombo (...)”. No que diz respeito ao memorial descritivo o Dr. Ibraim José das Mercês Rocha escreveu: “A partir de dados fornecidos em complemento ao mapa preliminar da FASE – Federação dos Órgãos para Assistência Social e Educacional - Programa Pará o Departamento Técnico, através da Divisão de Cartografia, elaborou o Memorial Descritivo Preliminar da área pretendida pela ARQM, inclusive excluindo do perímetro o total de 6.276,00 ha, correspondentes as áreas das posses Boa Vista, Curralinho, Laranjal, Iguara, Maria Ribeira e dos senhores Arnaldo e Foad”. Finalmente sugere que o processo seja recapeado em nome da Associação das Comunidades Remanescente de Quilombo de Gurupá - ARQM e expedido edital. Os editais foram publicados no DOE e Jornal O Liberal em 15 de fevereiro de 2000 e 2 de março de 2000. Em 15.02.00 e 23.05.00 os editais foram remetidos para a Prefeitura Municipal, Câmara Municipal, Juíza e Cartório de Registros de Imóveis. O Processo tramitou sob o número 1999172148 e culminou com a expedição do título em 28 de julho de 2000 com uma área de 83.437,1287 hectares beneficiando cerca de trezentas famílias. Em 08.10.2003 foi mandada uma equipe para fiscalizar os trabalhos de demarcação na área que faz limite com Foad Dib Tachy e Jorge Luiz Fonseca Tachy. Em 29.01.04 Foad Dib Tachy solicitou vista do processo por ser possuidor de algumas posses no local. Considerando que o pedido de ampliação abrange também o município de Porto de Moz o Dr. Pedro Marques da Conceição solicita publicação de novo edital. Neste processo foi apensado o processo 2003179986, de 18.07.03 do Raízes solicitando a efetivação da retificação do título da ARQMG ampliando a área. EM 24 de outubro de 2001, por meio do processo número 2001286451, a ARQM apresentou um pedido de substituição do título incorporando as áreas pleiteadas. Foi juntada a ata da Associação na qual se faz a inclusão das famílias que moram no Alto Pucuruy e Arinhoá; procuração; listagem dos novos pontos da área e mapa. Em 27 de março de 2002 foi juntado um novo croquis, memorial descritivo com uma área de 91.320,1066 ha. Em 27.05.03 o Dr. Raimundo Pedro Marques da Conceição sugere que os autos retornem ao DT para que seja elaborado estudo histórico-antropológico (fls. 31-33). Parecer aceito no mesmo dia pelo Diretor do DJ. Em 05.06.03 o presidente remete o processo para o DT para encaminhamentos. Em 20.06.03 o DT determinou: “Notificar o procurador da comunidade da necessidade de adequar o processo conforme está previsto no Dec. 357299 e IN 0299, como consta do parecer do DJ, que foi acolhido pelo Sr. Presidente (Fls 33). Em 01.07.03 Girolamo Domenico Treccani, procurador da associação, dirigiu um expediente para o presidente do ITERPA afirmando: “Considerando o disposto no inciso I, do art. 3˚ da IN n˚ 299 que prevê que a auto-declaração da comum idade permite comprovar sua situação como comunidade remanescente de quilombo, sugiro que o pleito da associação (ARQMG) relativo à ampliação da área, seja atendido (fl. 33v). Em 20.08.03 o Dr. Carlos Lamarão Correa, Diretor DJ remeteu o processo para o presidente para última decisão. Em 27.08.03 o Dr. Sérgio Maneschy remeteu o processo para o DT: “conforme entendimentos mantidos na última reunião de Diretoria, realizada em 26 do mês corrente, encaminho os autos ao DT, para as providências cabíveis visando a re-ratificação (fl. 35)”. Em 13.10.03 o processo foi remetido para o técnico Justo Marques para que procedesse aos levantamentos necessários a re-ratificação. Em 20.11.03 foi juntado um novo memorial descritivo com uma área de 92.800,3481 há e, posteriormente uma proposta de decreto de ratificação do título. Em 29.01.04 Foad Dib Tachy solicitou vista do processo. Em seguida (19.02.2004) ele apresentou um documento requerendo a suspensão do processo até a publicação de um novo edital. Em 05.04.04 Pedro Marques solicitou ao DT um parecer sobre o pedido do Foad. No mesmo dia foi designado o técnico Justo Marques da Costa Filho para que realizasse uma nova vistoria. Em foi 30.04.04 Justo apresentou um relatório contendo levantamento de campo. O memorial descritivo apresenta uma área de 92.680,3601 ha (fl. 74-106). Em 18 de junho de 2004 Jorge Santos, Diretor DT, remeteu o processo para o jurídico com cópia do decreto de ratificação. Em seu relatório ele destaca: “Vale ressaltar que o agrimensor Justo Marques, ao executar a demarcação da área quilombola, respeitou os limites das áreas requeridas pelo Sr. Foad Dib Tachy, citadas nos documentos as fls. 67, 70-71 dos autos, saneando, assim, as pendências existentes (fl. 107)”. Em 01.07.04 o Dr. Carlos Lamarão remeteu o processo para o DT escrevendo: “devo alertá-lo qualquer providência subseqüente a ser adotada pelo ITERPA de área tida como de ocupação “quilombola”, deve ser precedida de documentação comprobatória de que as ditas terras se acham caracterizadas como tal, tornando-se por base as diretrizes traçadas pelo art. 68 do ADCT da Constituição Federal de 1988” (fl. 107v). Em 23.06.04 a cartografia afirmou: “com base nas coordenadas apresentadas as fls. 105 informo que a área em questão está localizada em dois municípios, em Porto de Moz e em Gurupá como demonstra o mapa em anexo (fls. 112-113). Em 05.07.04 Girolamo D. Treccani, procurador da associação, solicitou a juntada da ata da Assembléia Geral de constituição da ARQMG, ata da incorporação das famílias das comunidades de Arinhoá e Alto Pucurui e da ficha cadastral de todas as famílias da associação (fls. 114-464). Em 20 de novembro de 2000, também a Associação dos Remanescentes de Quilombo Maria Ribeira – ARQMR, foi beneficiada com uma área de 2.031,8727, beneficiando 32 famílias. Diante da necessidade de contemplar também as outras comunidades quilombolas que não tinha sido incluída no primeiro título (Arinoá e Alto Pucuruy), a Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombo de Gurupá (ARQMG), apresentou um pedido de ampliação da área cujo processo está ainda em tramitação. Analisando o processo se percebe como o ITERPA não leva em consideração a Instrução Normativa n˚ 299 que permite o auto reconhecimento da comunidade. Se percebeu, também, que a morosidade da tramitação deste processo administrativo levou a impedir a ampliação da área pretendida pelos quilombolas, pleito hoje impossível de ser feito, considerando a existência do processo judicial movido pelo Foad Dib Tachy.
HISTÓRICO DOS QUILOMBOLAS DE GURUPÁ No começo do século XVI, quando os europeus começaram o processo de ocupação da Amazônia, os holandeses estabeleceram uma feitoria localizada abaixo da foz do rio Xingu onde comercializavam especiarias com as tribos indígenas. Este entreposto comercial ficou conhecido com o nome dos índios que ali moravam: os Mariocay. Depois de ter conseguido derrotar seus opositores, os portugueses construíram naquele lugar o Forte de Santo Antonio de Gurupá que foi o ponto de apoio para a conquista de toda a região. Deste forte saiam as expedições de captura dos índios que eram escravizados e obrigados a trabalhar na coleta das especiarias (drogas do sertão). Em poucas décadas centenas de milhares de índios foram exterminados sendo necessária a importação de mão de obra para trabalhar nas fazendas que começaram a surgir ocupando grandes extensões de terra. Entre os maiores fazendeiros da região de Gurupá Mirim encontravam-se Pedro Lima, Celestina Custódia de Aragão e Patrocínio.

PAISAGENS DE GURUPÁ

Na década de 1980 a FASE, apoiou o movimento sindical na conquista do sindicato rural, alem de ajudar a programar alguns projetos, o projeto bem te vi que apoiava os agricultores e pescadores, foi essencial para a zona rural. Em 1980, as terras de Gurupá pertenciam a cerca de 10 grandes proprietários, isso aconteceu pelo colapso da época da borracha na região com seu processo de aviamento e algumas famílias não conseguindo saldar as divida junto ao patrão entregavam as estradas de borracha como forma de pagamento e como o tempo essas famílias acumularam muitas posses de terras passando a ser latifundiários.
O chamado "patrão" fez parte da história do município de Gurupá desde do sistema de aviamento até o sistema de votos em que os fregueses eram obrigados a votar no candidato do “patrão. Algumas famílias se dizia dono de grandes faixas de terra, exigia que fosse o único comprador da produção dos posseiros que ocupavam sua propriedade. O patrão cobrava ainda desses moradores 5% de "taxa de uso do solo". Esse modelo se perpetuou por décadas, até que um levantamento fundiário feito com apoio do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais mostrou que a maioria das escrituras desses latifundiários não tinha validade. Havia extensão de terra declarada em escrituras no cartório quase duas vezes maior do que o tamanho do município, sendo que estes documentos não teriam validade

SITIO DO TIORÉ, UM LOCAL DE EXTREMA BELEZA, ENCANTADOR E PONTO TURÍSTICO DA CIDADE DE GURUPÁ, QUEM FOR PARA GURUPÁ NÃO ESQUEÇA DE PASSAR POR LÁ!!!!!

27.9.15

O GURUPAENSE GILVANDRO TORRES, UM PETISTA SONHADOR!!!

Um Gurupaense apaixonado pela vida, petista sonhador e idealista, ex. líder estudantil com experiencia na assessoria no Legislativo estadual e no poder municipal de Gurupá sempre acreditei no desenvolvimento de Gurupá através de um governo popular, o que acontece desde ano de 2001 com a gestão petista. sou pai de dois gurupaenses e feliz com a família . minha frase de vida é "Não ande atrás de mim, talvez eu não saiba liderar. Não ande na minha frente, talvez eu não queira seguí-lo. Ande ao meu lado, para podermos caminhar juntos."

LOCALIZAÇÃO DA CIDADE DE GURUPÁ NO ESTADO DO PARÁ

O MOVIMENTO SINDICAL D GURUPÁ NO ANO DE 1986. Era preciso se organizar e mobilizar o Sindicato, para tomar o poder? Começamos a mobilizar os trabalhadores para a formação de um Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Gurupá onde o mesmo foi fundado em 26 de janeiro de 1975. Era coordenado pelos patrões, não acompanhava as lutas e organizações de interesse dos trabalhadores que estavam do lado dos próprios patrões sendo que eles defendiam seus interesses, em 1986 criamos a chapa de oposição chamada chapada dois com o tema “unidos Venceremos, já era a terceira eleição que tentávamos mais éramos derrotados como tínhamos certeza que as duas derrotas sofridas era por fraude dos que estavam assumindo o órgão de classe, tivemos que montar uma estratégia uma campanha restrita uma campanha relâmpago, essa organização custou para os trabalhadores rurais de Gurupá 54 dias de acampamento e o naufrágio criminoso do B/M. Livramento de propriedade da paróquia de Santo Antonio ocorrido na noite de 28 para 29 de março de 1986, vigiado por um comando da policia militar, que foi pedido pela administração do Município daquela época. Qual era a proposta ? A bandeira dois tinha como proposta de trabalho três bandeiras de lutas terra , saúde e produção luta pela posse da terra com a presidência do STR sob o comando dos trabalhadores rurais as delegacias sindicais tiveram prioridade pára defender os seus lotes ou a terra onde trabalha, com isso, criou-se maior divisão entre patrão e freguês, porque o patrão queria impor o direito de mandar na produção do freguês , a produção na maioria das vezes era, o patrão exigia produção que se não fosse alcançada seria conduzida outro coletores para aquela área . Como foi o poder de convencimento e conscientização com os trabalhadores rurais. Essa era a Idea patronal gerar lucros desenfreados sem os prejuízos as famílias que depois ficavam nas terras sem produção e o impacto ambiental... Decidimos reunir com as delegacias sindicais, e dar suporte para eles negociarem com os patrões, propostas aprovadas pelos trabalhadores. O posseiro teria de tirar a produção para vender aos patrões só retirar o que eles achassem necessário para sua sobrevivência como também pagar na hora da entrega, direito de vender só 30% da produção para o patrão e 5% para o freguês, direito de permanecer na terra. Essas propostas não foram aceitas pelos patrões, reagiram confirmando serem os dono da terra, tentaram meter gente nas áreas ocupadas para tirar a produção foi um dos momentos muito delicados que as comunidades eclesiásticas de base (CEB`s), reunimos o povo para reagir a opressão dos patrões, que sempre vinham acompanhados pelo Ministério Público com base em documentos, escrituras das terras que diziam sendo eles os donos das terras poderiam fazer o que bem entendessem das terras, por outro lado os posseiros estavam vendo as terras sendo devastadas e ainda a insegurança econômica dos companheiros , os patrões só pensavam no lucro vindo do extrativismo, madeira e palmito, e, isto era a primeira economia do homem do campo , quando o patrão via que o freguês tinha uma certa reserva de palmito ou madeira , e que não queria dispor deste recurso por ser a única por ser a única economia , óleo patrão metia gente na terra para retirar a produção sem avisar o poceiro , viveu-se um momento de muita dificuldade e atenção , como resolver está problemática?. O que aconteceria? As terras dos poceiros eram invadidas a mando daqueles que se diziam donos da terra o poceiro prejudicado tinha que recorrer a Promotoria de Justiça, comunicando a invasão e pedindo providencias, dependendo da queixa formulada a autoridade determinava a suspensão do trabalho, no entanto quando chegava o mandado em poder do acusado à vezes não tinha mais nada na terra até os trabalhadores já tinham saído da terra invadida. Essa forma de defender a terra ao poceiro não deu certo para defender a produção o poceiro precisava reagir para defender sua produção, para isso as delegacias sindicais com as lideranças das comunidades tiveram que reunir com o presidente dão STR e comunicar as autoridades do município o desrespeito a que os trabalhadores eram tratados por parte daqueles que se diziam donos da terra. Assumimos uma proposta de encaminhamento, queríamos negociar com eles a forma de tirar a produção, foi muito difícil, mais eles se conformaram com as nossas posições, varias casas foram queimadas, com ameaça de morte estávamos constantemente pelo Ministério Público pela Delegacia de Policia, a resistência era sempre feita com muito respeito , finalmente, os tempo mostrou que os trabalhadores não queriam terra para invadir, mas, para morar e trabalhar como se vê ate os dias de hoje. Entrevista: Edgar Pantoja de Souza

CORONEL JOSÉ JULIO, A PERSONALIDADE MEGALOMANÍACA DA AMAZONIA

Coronel José Júlio de Andrade, personagem controvertido da história da Amazônia, montou um império envolvendo terras nos municípios paraenses de Almeirim e Porto de Moz, além de Laranjal do Jarí e Mazagão, no Estado do Amapá, conseguindo assim a distinção de ter sido um dos maiores latifundiários do mundo, com propriedades que atingiram mais de três milhões de hectares. O coronel Zé Júlio, como ficou conhecido, conseguiu a patente graças à compra junto a então Guarda Nacional. Foi senador da República por vários anos, sem nunca ter perdido uma eleição em Almeirim, onde ficava a localidade Arumanduba, sede de suas atividades. Ele conheceu vários países do mundo falando apenas o português, gabando-se de ter se banhado quatro vezes no Rio Jordão, onde João Batista batizou Jesus. Sua personalidade estava envolvido por uma aura de megalomania, tendo parte destas terras tornado-se propriedade de Zé Júlio no final do século XIX, o primeiro coronel a enriquecer extraindo e exportando produtos amazônicos. Ele ficou rico com o extrativismo e exportação de castanha, andiroba, borracha, o que era prática comercial corrente. José Júlio de Andrade nasceu em julho de 1862, em São Francisco de Uruburetama, no Estado do Ceará, chegando ao Norte aos 17 anos de idade, passando por Benevides, no Pará, onde trabalhou na agricultura, protegido por um tio que ali residia. A chegada do então desconhecido nordestino na região do Jarí ocorreu em 1882. Como muitos peões que ali viviam, Zé Júlio trabalhou como seringueiro e coletor de castanha, vendendo o que produzia para os regatões, embarcações muito comuns na época, cujos proprietários faziam comércio na região, adquirindo produtos em troca de gêneros de primeira necessidade e até de tecidos estrangeiros. É falado na região que o coronel mantinha o império dele com mão-de-ferro, praticando hediondos castigos àquele que se insurgia contra os seus interesses, utilizando capatazes e pessoas de confiança como executores. Duca Neno, cunhado de Zé Júlio, foi um dos mais cruéis destes algozes. O coronel, além de viver da extração da borracha, castanha e outros produtos, era também proprietário de frota de barcos e criava gado. José Júlio tinha apenas o curso primário e amealhou a sua fortuna em apenas 20 anos, em lances dignos de mérito, muitas das vezes, entretanto, através de métodos reconhecidamente “extravagantes”. Na verdade, ele precisou de um empurrão para se tornar rico. O sogro Manuel Maia da Silva Neno, intendente do município de Almeirim, lhe deu um título de propriedade, a partir do qual conseguiu terras e mais terras, favorecido por benesses de sucessivos governadores paraenses, de maneira que o império latifundiário tornou-se tão grande que o patrimônio da cidade de Almeirim ficou muito reduzido. Antes da ajuda do sogro, entretanto, Zé Júlio já tinha uma extensa área, na localidade Prazeres, à margem esquerda do Jarí, adquirida numa jogada de pura esperteza: trocou o terreno com linha de pesca, tecidos e mais algumas mercadorias. Zé Júlio percorreu palmo a palmo as suas vastas terras. Depois que viu que não poderia mais ser enganado, deixou capatazes tomando conta de tudo, dando-se ao luxo de passar a maior parte do tempo em viagens pelo Brasil e exterior. O coronel montou residência em Belém e no Rio de Janeiro. Ao Jarí ia apenas para reger o início e o término das safras. Entre as excentricidades do coronel está a de levar cunhãs (moças) do Jarí para servi-lo em suas residências em Belém e no Rio de Janeiro, apenas para embalá-lo na rede, embora dormisse em cama, tarefa na qual as garotas se revezavam dia e noite. Certo dia, no retorno de uma de suas viagens ao exterior, alguém lhe perguntou como ele se virava no estrangeiro falando somente o português. Respondeu de pronto: “Eu tenho um dicionário no bolso que me resolve problemas em todas as línguas”, mostrando a carteira de dinheiro. José Júlio de Andrade era amigo do jornalista paraense Paulo Maranhão e, como este, inimigo ferrenho do governador Magalhães Barata. O governador mandou um fiscal à Arumanduba e o funcionário público multou o coronel em dez mil contos de réis. Zé Júlio pagou a quantia e deu mais dez mil ao fiscal, dizendo: “Leve mais estes dez mil para o Barata acender o charuto dele”. Embora casado com Laura Neno, o coronel José Júlio de Andrade era homem de muitas mulheres, figurando Chiquinha Rodrigues entre as suas preferidas, a qual conheceu quando iniciou sua vida empresarial no Jarí. Mesmo assim não teve filhos e sua herança ficou para Maria Laura, filha mais velha de um sobrinho. O coronel morreu aos 90 anos no dia 24 de junho de 1953, no Rio de Janeiro, e está sepultado no cemitério São João Batista, daquela cidade. Cinco anos antes já havia se afastado por completo dos municípios de Almeirim, Mazagão e Porto de Moz. Vendera sua fazenda do Rio Aquiqui para Michel de Melo e Silva e a Jaripara para um grupo de portugueses. Rebelião contra o coronel José Júlio de Andrade, apesar do caudilhismo com que administrou a sua riqueza, uma vez, em 1928, viu-se em apuros diante de empregados e não teve saqueado os depósitos de mercadoria, propriedades suas em Arumanduba, porque recorreu ao poder de persuasão, o que, aliás, tinha de sobra. Trata-se do episódio titulado pelo escritor Cristóvão Lins no livro Jarí - 70 anos de história como “A revolta de Cezário”. Vitoriosa, a rebelião teve como principal troféu a prisão de Duca Neno, cunhado e um dos principais e cruéis capatazes do coronel. A revolta eclodiu porque Duca Neno assediou amorosamente a esposa do aviado José Cezário de Medeiros, um rio-grandense-do-norte que sabia ler e escrever muito bem, tendo, inclusive, passado pelo Exército, e que no meio dos empregados de Zé Júlio surgiu como um verdadeiro líder. Cristóvão Lins conta que a mulher de Cezário, muito bonita, adoeceu e precisou ir a Arumanduba, a fim de seguir a Belém, para tratamento. Uma versão diz que Duca Neno a colocou numa casa sem o mínimo conforto, tendo embaixo do assoalho um chiqueiro de bodes. A outra versão diz que Duca simpatizou com a hóspede e como a mesma não o quis, passou a massacrá-la para ver se conseguia o intento. Cezário recebeu uma carta da esposa narrando o que ela vinha passando nas mãos do capataz. O aviado, arquitetou a revolta que chegou a bom termo, inusitadamente, sem haver qualquer delação. O povo abandonou as casas e criações para seguir o líder. A revolta foi tão bem planejada e sigilosa que a filial de Pacanari, abaixo da Cachoeira de Santo Antônio, a uns cinco quilômetros de distância, só teve conhecimento da mesma quando o seu chefe, capitão Filomeno, foi preso por Cezário. Desde o dia 17 de junho, o jovem líder começou a reunir todo o povo em Cachoeira de Santo Antônio, à espera do navio que deveria chegar no dia 5 de julho, como aconteceu. De Cachoeira não saía ninguém e os que chegavam também ficavam detidos. Até a chegada do navio, Cezário ajustou contas com algumas pessoas poderosas na região, como o velho Monsão, chefe da filial de São João do Iratapuru, que antes da revolta havia ordenado que surrassem um rapaz, vindo este a falecer devido ao espancamento. O líder da revolta mandou prender Monsão e obrigou-o a cavar a sepultura do rapaz até chegar o caixão, para em seguida colocar a terra de novo na cova. Entre adultos e crianças, Cezário arregimentou aproximadamente oitocentas pessoas. Ao iniciar a revolta, o chefe da filial de Cachoeira, de nome Loureiro, foi preso. O navio Cidade de Almeirim, que quinzenalmente levava rancho às filiais e recebia os produtos explorados, foi tomado e comandado pelos revoltosos até Arumanduba. Perto dessa localidade, a marcha da embarcação foi reduzida e as luzes apagadas. Cezário ficou perto do comandante, chamado Jararaca, fazendo-lhe a seguinte ameaça: “Se perder a atracação, vai perder a cabeça”. Jararaca era bom mestre e não teve problema para atracar o Cidade de Almeirim no trapiche de Arumanduba. Imediatamente, Cezário desceu com o pessoal e prendeu Duca Neno, amarrando-o e colocando-o no porão do navio. Em seguida cortou os fios do telégrafo para evitar comunicação com Belém ou outro local. Os revoltosos quiseram saquear os depósitos de mercadoria, mas o coronel José Júlio chegou naquele momento e disse: “Sei que aqui tem muito cearense, mas sei também que aqui não tem ladrão”. Dito isso, o pessoal afastou-se e José Júlio autorizou que tirassem o que fosse preciso para a viagem até Belém. Cezário então removeu o povo para o navio Cidade de Alenquer, maior que o Cidade de Almeirim e foi iniciada a viagem para Belém, com Duca Neno preso, para ser entregue às autoridades. Após a saída dos revoltosos de Arumanduba, o telégrafo foi consertado e a notícia transmitida para Belém. Uma corveta da Marinha interceptou o navio e este foi levado escoltado ao porto da capital paraense. Cezário e os companheiros foram alojados nos quartéis e Duca Neno solto, pois José Júlio já havia providenciado a libertação. Em Jarí - 70 anos de história, o escritor Cristóvão Lins diz que a revolta foi o fato mais depreciativo de toda a história do Jarí e do próprio José Júlio de Andrade. O interessante, porém, é que, com poucas exceções, como Cezário, os revoltosos voltaram para o Jarí e foram recebidos pelo coronel, sem ressentimentos, pelo menos na aparência. Ajuste de contas no Paga-dívida Em meio ao muito que se fala do coronel José Júlio de Andrade, aparece o rigor com que tratava os seus empregados, na maioria das vezes ditado da rede esticada na ampla varanda do seu casarão em Arumanduba. Foram violências e arbitrariedades que seus capatazes praticaram, como narra o já falecido escritor e historiador santareno João Santos ao abordar o caso do trabalhador Jacinto Lopes, que caiu na besteira de pedir a conta ao coronel para visitar familiares no Ceará, sua terra natal. O episódio faz parte da história do extrativismo da balata no Médio Amazonas, região onde o produto alcançou o seu maior apogeu. Conta João Santos que, certo dia do ano de 1928, Jacinto Lopes, bom explorador de balata, produto este ainda pouco conhecido e que o coronel explorava sem competidores, pensou em dar uma volta no Ceará e pediu a conta. Fazer o que fez Jacinto nas propriedades de Zé Júlio era ato de autodestruição. Ninguém saía das terras do coronel levando saldo ou devendo conta. Para isto tinha o lugar de ajuste chamado Paga-dívida, onde o trabalhador que cometesse a ousadia de tentar deixar o trabalho escravo encontrava o fim nas balas de um rifle. Jacinto percebeu o erro cometido, mediu as conseqüências e resolveu fugir protegido pela escuridão da noite, subindo o Rio Paru. Armou-se de um rifle e terçado, colocou um pouco de farinha e outros mantimentos em um saco e partiu pensando chegar em Monte Alegre. O capiau trabalhara vários anos na extração do breu e castanha e por último na da balata. Conhecia os mistérios da mata como poucos e confiava nos índios do Alto Rio Paru. Sabia que a tentativa era um desafio, mas preferia aceitá-lo do que morrer no Paga-dívida nas mãos dos capatazes do coronel. Depois de vários dias de estafante caminhada, perseguido pelo verdugo Luiz Gomes e asseclas, enviados de Zé Júlio e moradores de Paraguai, no Rio Jari, de onde ocorrera a fuga, Jacinto alcançou a maloca dos índios apalaís, onde pernoitou, e pela madrugada, depois de orientado pelos nativos, partiu em direção ao Rio Maicuru, caminho mais fácil para se ir à cidade de Monte Alegre. Por volta do meio-dia, a turma de Luiz Gomes chegou à maloca indígena, todos armados de rifles e sofregamente procurando pelo cearense. Foram logo intimando os índios a revelar a presença do fugitivo, por onde andava e para onde tinha ido. Os índios do Paru conheciam perfeitamente os homens que chegaram à maloca. Eram os mesmos que roubavam seus produtos e impunham condições pesadas sem remuneração, que os escravizavam, fazendo o mesmo com trabalhadores. Encobriram a fuga de Jacinto, apontando a direção oposta, como se o cearense tivesse tomado o rumo do Amapá. A mentira dos apalaís salvou o fugitivo e contribuiu para que Monte Alegre, através dele, tomasse conhecimento da existência de grandes balatais em suas terras. Exausto e faminto, Jacinto alcançou o Rio Maicuru caminhando pelas suas margens, quando possível, e nadando em outras ocasiões. Chegou à outra maloca dos apalaís, próxima à foz do Maicuru. Na dura e penosa caminhada, foi encontrando exuberantes balatais. Os nativos lhe revelaram outros. Refazendo as forças, Jacinto começou a cortar algumas balateiras. Precisava levar alguma coisa para vender e conseguir dinheiro para chegar ao Ceará. Juntou alguns blocos de balata. Conseguiu uma canoa dos índios e partiu para Monte Alegre descendo o Rio Maicuru até encontrar o Rio Paituna. Por este chegou ao Curaçu, onde encontrou um comerciante, homem calmo, de falar macio, cearense também, chamado Henrique Vieira de Souza. Jacinto contou sua história ao dito comerciante e na companhia deste viajou para Monte Alegre, aonde chegou no dia 21 de setembro de 1928, levando os poucos blocos de balata. Assim, o nome de Jacinto Lopes ficou ligado para sempre à economia daquele município paraense. (Douglas Lima – RevistaAmazon View – Edição 84)

UM RESUMO SOBRE A PALAVRA CORONEL E SOBRE SEU PODER AUTORITÁRIO

CORONELISMO Expressão é usada para definir a complexa estrutura de poder que tem início no plano municipal, exercido com hipertrofia privada (a figura do coronel) sobre o poder público (o Estado), e tendo como caracteres secundários os apadrinhamentos), a fraude eleitoral e a desorganização dos serviços públicos - e abrange todo o sistema político do país, durante a República Velha. Como forma de poder político consiste na figura de uma liderança local o Coronel - que define as escolhas dos eleitores em candidatos por ele indicados. O voto branco e nulo são resquícios desse coronelismo, já que esses votos só facilitavam a entrada dos candidatos no poder. Deste modo, menos votos teriam de ser comprados e menos pessoas ameaçadas, significada o Voto de cabresto. Entretanto, como integrantes da Guarda Nacional, os oficiais civis exerceram influência entre 1831 e 1918 (ou 1924). Como forma de mandonismo, o coronelismo tem origem no período colonial - quando era inicialmente absoluto o poder do chefe local, evoluindo em seguida para formas mais elaboradas de controle, chegando nas modernas formas de clientelismo. Embora o cargo de Coronel da Guarda Nacional tenha sido originado quando da criação da própria Guarda Nacional no Período Regencial quando era Ministro da Justiça o Padre Feijó (1831), não era o mesmo que a patente militar do Exército e, como fenômeno social e político, teve lugar após o advento da república. O coronel conseguia o voto do eleitor de duas formas: a) por meio de um sacrificio violência: caso o eleitor o traísse, votando em outro candidato, podia perder o emprego ou ser surrado pelos capangas do coronel até a cabeça do barcheta sair do lugar. b) pela troca de favores:o coronel oferecia a seus dependentes favores, como uma sacola de alimentos, remédios, segurança, vaga no hospital, dinheiro emprestado, emprego etc. Quando foi criada a Guarda Nacional em 1831 pelo governo imperial, as milícias e ordenanças foram extintas e substituídas pela nova corporação. A Guarda Nacional passou a defender a integridade do império e a constituição. Como os quadros da corporação eram nomeados pelo governo central ou pelos presidentes de província, iniciou-se um longo processo de tráfico de influências e corrupção política. Como o Brasil se baseava estruturalmente em oligarquias, esses líderes, ou seja, os grandes latifundiários e oligarcas, começaram a financiar campanhas políticas de seus afilhados, e ao mesmo tempo ganhar o poder de comandar a Guarda Nacional. Devido a esta estrutura, a patente de coronel da Guarda Nacional, passou a ser equivalente a um título nobiliárquico, concedida de preferência aos grandes proprietários de terras. Desta forma conseguiram adquirir autoridade para impor a ordem sobre o povo. Promulgada a primeira constituição republicana, adotou-se um sistema eleitoral, onde o voto era aberto. Cada chefe político tinha, portanto, pleno controle sobre seus eleitores e, a rigor, a democracia era uma mera ficção . Após o governo Campos Sales houve uma coligação de poderes estaduais que favoreceu o pleno florescimento do coronelismo. O aumento da riqueza agrícola, e portanto do poder dos grandes latifundiários e oligarcas, propiciou sua chegada à esfera do poder central. Os chefes dos estados, passaram a ser os coronéis dos coronéis, os currais eleitorais se multiplicaram no país, a compra e troca de votos dos eleitores por favores e apadrinhamentos passou a ser prática comum nas grandes cidades agora, além da área rural. Qualquer coronel chefe de algum município que se opusesse a um coronel do estado, sofreria retaliações em forma de cortes de verbas para o município, que gerariam perda de votos e portanto, o líder caía em desgraça, isto é, opor-se ao governo do estado, implicava sérias privações para o chefe municipal e seus seguidores, principalmente no interior. Nos municípios mais ricos, com o aumento da cultura política da população, começou a haver uma certa oposição ao coronelismo. O problema porém, é que começaram a haver os coronéis de situação e os coronéis de oposição. Embora uma vitória eleitoral de um coronel de oposição, poderia ser considerada um fato raro, pois em caso de vitória deste, a máquina político-administrativa governamental trabalhava contra ele na política, no fisco, na justiça e na administração. O mecanismo era simples e eficiente, uma vez eleito, o opositor precisava de recursos, estes dificilmente viriam sem concessões Entre a década de trinta e a década de sessenta, a população rural iniciou seu lento deslocamento para os centros urbanos. O acesso à educação e aos meios de comunicação fizeram a população aumentar seu nível cultural e portanto sua politização. O eleitor passou a ser mais crítico, e os poderosos então tiveram que mudar suas táticas de obtenção de votos. Começaram a surgir novos líderes, porém no interior o coronelismo continuava com sua força e os currais eleitorais ainda existiam. Ainda hoje, boa parcela da população interiorana é mantida ignorante e sem acesso à informação e à educação, principalmente nas grandes propriedades rurais mais distantes, no interior da Amazônia, onde aumentam as denúncias de escravidão. Já no final da década de 80, o caudilhismo há muito deixou de ser um método de obtenção e manutenção do poder no Brasil pelos coronéis. Porém o coronelismo perdura nos municípios e regiões mais afastadas no interior, promovendo ainda assassinatos e terrorismo entre a população menos favorecida. Apesar disso, os mecanismos de proteção institucional começaram a se formar com a queda da ditadura militar que havia sido imposta ao país pelo golpe militar de 1964. Em 1988, com a promulgação da Constituição Cidadã, o brasileiro passou a ter reconhecida sua cidadania de forma mais plena. As denúncias de desmandos, corrupção, roubos e crimes de colarinho branco começaram a ser divulgadas pela mídia nacional e internacional. Os detentores do poder econômico, os grandes oligarcas ou coronéis tornaram-se figuras com uma nova roupagem - são os"caciques". Fonte: Google A charge representa de modo irônico a prática do voto durante a Primeira República no Brasil (1889-1930). CHARGES:MIGUEL JC

BELEZAS DE GURUPÁ