5.2.15

Olhando o rio Mararú Os moradores da ilha chegando do mato Seus barcos regionais passando por ali Ribeirinho despescando o cacuri Oferecendo seu peixe ali. Sua arte em fazer peneiros para venda do açaí. No trapiche, esperando a maré Tomando aguardente, para tapar igarapé Sentindo aquela brisa boa, colocando o matapi No final de tarde, um encanto total. Tomar banho no rio parece uma espécie de ritual No igarapé a água é triste na vazante. Encanto-me com as casas de palha Onde seus moradores declamam Versos e amores. Na enchente a maré dobra E o sol repousa Às margens do rio Mararú.
Intocável pintura rios que viram ruas habitantes imaginários universo de pescador sonhos ilustrados em redes de pesca barcos encantados num rio sem ruas De baixo da chuva na procissão Do dia de São Bendito nas ruas da cidade Gurupá contempla a fé As luzes da noite se confundem com minha solidão curando minha ressaca de ilusão Gurupá não se silencia cada momento Os sinos alertam, para novos tempos...
Poetizar a cidade de Gurupá é escrever um pouco dessa linda historia sabendo que foi no período que precedeu à conquista do Pará, em 1616 pelos portugueses, sabe-se que ingleses e holandeses faziam comércio com os índios que habitavam a foz do Amazonas e, para assegurar seus empreendimentos, construíram pontos fortificados naquele rio. Entre os pontos fortificados, criados pelos holandeses. Achava-se o de Mariocaí, situado à margem direita do rio Amazonas, no lugar onde hoje se encontra a sede municipal. Em 1623, esse forte, foi arrasado por Bento Manuel Parente, que se intitulava, nos documentos oficiais, Capitão-Mor da Capitania do Pará e primeiro descobridor e conquistador de Gurupá e rios do Amazonas, tendo fundado, no mesmo local de Mariocaí, o Forte de Santo Antonio de Gurupá que, pela falta de conservação, acabou em ruínas e, apesar de várias tentativas de reconstruí-lo, as obras não foram concluídas. A freguesia de Santo Antonio de Gurupá foi criada em 1639, e mantida por uma lei, de 5 de outubro de 1827 e sabe-se que, em 1639, Gurupá já era Vila, Registrando-se que nada consta da Vila de Gurupá, senão na segunda metade do século XVIII. Com a Lei nº 1.209, de 11 de novembro de 1885, as Vilas de Cintra e Gurupá foram elevadas à condição de cidade. O Decreto nº 6, de 4 de novembro de 1930, apesar de não mencionar Gurupá em seu artigo nº 2, diz que foi acrescido do município de Porto de Moz, que havia sido extinto. Já no Decreto nº 72, de 27 de dezembro de 1930, figura na relação dos Municípios ainda constituída dessa área. Na divisão estipulada para o período de 1944-1948, através do Decreto nº 4505, de 30 de dezembro de 1943, era composto de três distritos: Gurupá, Carrazedo e Itatupã, situação que permanece até hoje. Segundo Theodoro Braga, a origem do nome Gurupá é indígena, que significa “porto de canoas”.
"O tempo tem tempo de tempo ser, o tempo tem tempo de tempo dar, ao tempo da noite que vai correr, o tempo do dia que vai chegar." Ruy Barata