15.2.13

Deixar tudo o que é livre preso pra voar. Romero Brito
“Aqueles ribeirinhos de Gurupá, remando com seus remos de pracuuba, passam a noite tapando Igarapé, com paris feito de talas de bambu entrelaçados com timboaçu a pele envelhecida pelo sol suas casas a beira do rio, cobertas de palha simplicidade marcante dos trapiches construídos de tronco de açaizeiro, porto seguro dos ribeirinhos moradores do rio mararú. que vivem vendo o rio-mar lindo e imponente rio Amazonas sua principal avenida destes ribeirinhos da ilha grande de Gurupá.” (diário pessoal 1998)
“O apanhador de açaí, retira seu fruto com a peçonha em seus pés descalço, debulhando cada cacho no meio da mata de várzea onde o caboclo prepara o porronca para espantar os mosquitos, uma dose de aguardente para esquentar. O dia tão duro, o sorriso constatando, uma boa safra, manejo bem planejado embarca na canoa, retirando água com a cuia terçado rabo de galo afiado, vai para sua casa, vender para os atravessadores por um preço abaixo da média troca por rancho, óleo dísel para a lamparina e pilha para o radio velho, embalando em sua rede, pois amanhã é outro dia. Em Gurupá no porto do Glal os açaizeiros chegam de madrugada e vendem em paneiros o caroço do açaí aos apreciadores do vinho e degustadores do verdadeiro ouro ribeirinhos, fieis apreciadores do açaí”. (diário pessoal 1998)

São Benedito de Gurupá

Daí toda força e poder Segurança da tua sabedoria Nestas águas que banham a cidade de Gurupá Tira de mim o medo e a dúvida Invoca seu espírito de grandeza Sopra tua divina luz Nestas águas do rio Amazonas Desta alma confusa Dá a clareza de aceitar e cumprir tua vontade. Ajuê.
"É preciso sonhar, mas com a condição de crer em nosso sonho, de observar com atenção a vida real, de confrontar a observação com nosso sonho, de realizar escrupulosamente nossas fantasias. Sonhos, acredite neles. LENIN.
“Eu me experimento inacabado. Da obra, o rascunho. Do gesto, o que não termina. Sou como o rio em processo de vir a ser. A confluência de outras águas e o encontro com filhos de outras nascentes o tornam outro. O rio é a mistura de pequenos encontros. Eu sou feito de águas, muitas águas. Também recebo afluentes e com eles me transformo.” (Padre Fabio de Melo)

Avenida Nazaré

De baixo do túnel das mangueiras na Avenida de Nazaré, as luzes da noite se confundem com minha solidão curando minha ressaca de ilusão Belém não se silencia cada momento, debaixo de chuva lavando minha alma impura nas águas do Guajará.
Viver em Belém é assim... Tomar um tacacá quentinho, depois das três da tarde é a melhor coisa que existe em Belém. A paisagem do Guajará e a feira do ver-o-peso incorpora a cena desta cidade que cheira a patichoulim. Nosso carnaval é na rua a mesma que fica colorida, com o pavulagem e seus chapéus de fita, nenhuma outra cidade é tão hospitaleira e com tamanha fé,que é demonstrada no círio de Nazaré. Em Belém teus habitantes das ilhas, fazem dos rios sua rua, inspirado nas lutas parauaras, da força cabana, Belém é uma poesia muito linda que tento descrever a cada dia.
Poetizar Belém é algo fantástico, um sentimento de descoberta de uma cidade de cores, cheiros e fé. A diversidade cultural, as mangueiras, o tacacá da praça, a farinha de tapioca com açaí na feira do Ver-o-peso e nossos brinquedos de miriti, o vento da baía de Guajará, as tardes na orla do Guamá. As feiras e portos da estrada nova, as praças e o recanto dos poetas no bar do parque, sem contar com o por do sol do forte do castelo, é sem duvida minha inspiração poética, como Ruy Barata dizia: “tudo que amei estava aqui.” GILVANDRO TORRES

5.2.13

A vida é curta, quebre as regras, perdoe rapidamente, beije suavemente, ame de verdade, ria sem controle, e nunca se arrependa de algo que lhe fez sorrir...