4.3.13

1999, na janela do barco olhando o amazonas e meu pensamento distante

Da janela do velho barco “TORRES”,enfrentava as maresias e a saudade de Belém,rebocando enormes jangadas de madeira clandestinamente sempre a noite,eu meu tio Samuel e meu irmão Fernando, muitas vezes um amigo Macaúba acompanhava a gente nessas viagens,as vezes tínhamos que amarrar a jangada na beira do rio para esperar a maré, bebíamos aquela água barrenta do rio amazonas e tomávamos aguardente para passar o sono, quantas vezes ficamos a beira do rio amazonas olhando as estrelas e o barulho das águas com os botos ao redor da embarcação. As vezes quando tínhamos sorte encostávamos naquelas casas a beira do rio, eles ofereciam açaí feito artesanalmente e peixe assado, situações e fatos que iriam me acompanhar para sempre,como inesquecíveis lembranças de um tempo de experiências simples e importante para meu amadurecimento. Trabalhadores sem carteira asssinada nas serrarias clandestinas, viagens nos municípios de Breves e Anajás, vi que aqueles trabalhadores faziam compras nas cantinas dos donos da vila que eram os proprietários da serraria, eles empregam as pessoas que moram ao redor da serraria,sem nenhum contrato de trabalho nem benefício trabalhista,os mantimentos são caros e descontado no ordenado do trabalhador, quando chega no final eles não recebem nada e ainda estão devendo para o patrão, virando uma bola de neve, não podendo ir embora ou largar o serviço se não pagar a dívida, o trabalhador dessas serrarias se torna escravo por essa dívida. Nao sei se ainda existe isso, mais no tempo em que passei por essas serrarias vi muita coisa.....

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