22.9.15

A PRESENÇA DE HOLANDESES PERTO DE GURUPÁ

A presença estrangeira no Amapá já se fazia notar, no inicio do século XV. Os holandeses, paralelo aos ingleses e com objetivos comuns, passaram a fazer acordos e associações junto a um trabalho mais efetivo de exploração da terra. A construção de fortificações e feitorias à margem esquerda do Amazonas, entre Jarí e Macapá, a partir de 1610, são as primeiras informações de que se tem noticias. A associação com os ingleses teve início em 1623, quando construíram o Forte do Torrego (ou Taurege), na confluência do rio Maracapucu, chamado por eles de rio Torrego. Este forte serviu como posto de suprimento desses corsários, frente ao comércio do pau-brasil e outros espécimes vegetais e minerais ora fluentes na região. Nesta primeira tentativa de fortificação eles não foram felizes. Os portugueses, também associados aos espanhóis (estamos vivendo ainda o período do Domínio Espanhol, de 1580 a 1640) derrotaram-nos ainda no mesmo ano. Ano seguinte, ainda não refeitos da experiência de Torrego, os holandeses resolveram partir, sozinhos, para uma revanche. Surge o Forte de Mandiutuba, na região do atual município de Tartarugalzinho, vale do Araguari, por ordem de Nicolau Ouaden, para guarnição de expediçõesexploratórias oriundas do Recife, que se encontravam em poder do conde Mauricio de Nassau-Siegen. O objetivo da expedição batava era oficialmente para intensifiicar os estudos da costa, mas oficialmente também se sabia que era a intensificação do contrabando de gêneros vegetais e minerais, além do grude de gurijuba, muito cotado na época. Sentindo o perigo da presença flamenga, o governador do Grão-Pará nomeia o oficial de confiança Pedro Teixeira para combater o inimigo. A destruição do forte de Mandiutuba só se deu em 23 de maio do ano seguinte (1625), quando forças expedicionárias divididas em quatro colunas, ao mando de Pedro Teixeira, atacaram simultaneamente por rio e por terra o forte. Após a rendição, os corsários batavos se aproveitaram da confusão provocada por uma tempestade e fugiram em dois lanchões, indo se abrigar entre os ingleses, distribuídos em vários pontos dos Tucujus. Unidos novamente, holandeses e ingleses resolvem partir para o revide, conseguindo retomar o forte, e instalar uma guarnição. Mas os portugueses não deram refresco: conseguem arrasar completamente Mandiutuba. Em 1629 aparece o forte North, construídos por ingleses e holandeses associados. Dois anos mais tarde, em 10 de março precisamente, aporta em Belém Feliciano Coelho de Carvalho, nomeado para o cargo de vice-governador do Pará, com a missão principal de continuar lutando contra os invasores do grande vale amazônico. Feliciano Coelho passa a saber da existência do Forte North, chamado também de Forte de Filipe, e ordena a Jácome Raimundo de Noronha, governador do Pará, a tomada do forte dos holandeses e ingleses. O inimigo é preso ao tentar fugir rio afora, e o forte passa a pertencer aos portugueses, não por muito tempo, pois os batavos retomaram-no três meses depois. Frente a essa resistência doentia, Feliciano ordena a retomada do forte pelo capitão-mor Raimundo de Noronha, que o faz em 26 de setembro.

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